DESTRUCTION 23/09/2018 ESPAÇO 555 SÃO PAULO

Reportagem e Fotos: Victor Denardo

No dia 23 de setembro, o Espaço 555, em São Paulo, foi palco de mais uma apresentação dos alemães do Destruction. O show fez parte da turnê de divulgação de seu mais recente álbum, Thrash Anthems II, lançado em 2017. 
Para os shows no Brasil, a veterana banda contou com a Nervosa como banda de apoio. E as meninas não decepcionaram. Há alguns meses, escrevi, neste mesmo espaço, que este seria o ano da Nervosa. Hoje, depois de um bem recebido álbum, uma bem-sucedida turnê europeia e prestes a embarcarem em uma tour pela américa latina, digo sem sombra de dúvidas: a Nervosa está entre as principais bandas brasileiras da atualidade. Olhando de fora, este show em São Paulo me pareceu uma espécie de comemoração pelas diversas conquistas da banda até aqui. O público, percebendo o clima de celebração, participou de cada minuto. No repertório, sons como Masked Betrayer, Kill the Silence e a atualíssima Never Forget, Never Repeat fizeram o Espaço 555 vir abaixo.


























Após a apresentação furiosa da Nervosa, o Destruction mostrou porque é considerado uma lenda do Metal alemão. Poucas bandas fazem um show tão intenso quanto esses caras. Schmier (baixo/voz) tem uma das mais fortes presenças de palco do thrash. Ainda que sua voz não seja a mesma dos tempos áureos, não há como negar que o cara sabe como comandar um show (às vezes até exagerando na dose, conforme veremos à frente; mas isso não tira seu mérito). Mike Sifringer destroça qualquer pescoço com seus riffs infernais e o batera, Randy Black, que estava fazendo sua estreia por aqui, esmurra seu kit como poucos. Iniciaram de maneira sensacional, com o clássico ‘Curse the Gods’. No entanto, alguns problemas no vocal fizeram com que Schmier desse um senhor esporro em sua equipe. Até aí, tudo bem. 























O problema é que o vocalista, num acesso de fúria, mandou “umas bicas” nas caixas de retorno, derrubando-as do palco (por pouco não acertaram a turma que estava fotografando do pit). Tudo bem que a banda teve problemas com a companhia aérea (a qual o vocalista fez questão de ‘homenagear’) e, segundo consta, não dormiu direito, mas não justifica o estrelismo, certo? 
Resolvido o problema, o show prosseguiu sem maiores intercorrências. Durante Nailed to the Cross, a participação do público foi algo digno de vídeo clip, com o  refrão sendo entoado em uníssono. Seguiram com o clássico Mad Butcher, Eternal Ban e a música que provavelmente me fez entrar de cabeça nesse lance de Metal extremo, Total Desaster. A essa altura, passei a observar com admiração a performance de Mike. 

























O guitarrista parecia estar alheio a toda a animação da plateia, tamanha a concentração em seu instrumento. De vez em quando, levantava um polegar em agradecimento junto com um sorriso de canto de boca, quase envergonhado. O contraste de personalidades aqui é visível: de um lado, Schmier e seus ‘faniquitos’ (aliás, quem puder procure um vídeo em que ele é atingido por uma bola de plástico, dessas de criança, acho que na Colômbia. Mano, Neymar perde), de outro Mike e sua timidez quase oriental. Apesar das diferenças, quando estão no palco, o time se completa de tal forma que fica difícil acreditar que se trata de um trio, tamanho o caos sonoro que são capazes de proporcionar. 






















A desgraceira continuou com Antichrist, Black Mass (essa inédita no Brasil) e Thrash Attack. Para o bis, uma sequência de arrancar lágrimas do mais true dos headbangers: Thrash till Death, Invincible Force e Bestial Invasion. Já estive em uma meia dúzia de shows do Destruction e posso dizer que esse figura entre os melhores que vi da banda.


Postagem: Leo Wacken

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