Vagos Open Air 8, 9 e 10 de Agosto (Cobertura Excluvisa Radio Exmera)

QUINTA DO EGA (VAGOS)

O festival VAGOS OPEN AIR, já na sua VI edição consecutiva, pelo segundo ano a acontecer na Quinta do Ega, em Vagos, dá finalmente o passo decisivo no crescimento sustentado e gradual que tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos e, em 2014, passa dos habituais dois para os três dias de duração. O cartaz, que inclui já nomes como KREATOR, OPETH, BEHEMOTH, ANNIHILATOR, EPICA, THE HAUNTED, SOILWORK e THE QUARTET OF WHOA!, entre muitos outros, vai também crescer, com o dia 10 de Agosto reservado para uma muito aguardada estreia em Portugal de uma das bandas melhor sucedidas e aplaudidas dos últimos anos no campeonato da música extrema. Uma coisa está já certa: durante o fim-de-semana de 8, 9 e 10 de Agosto, Vagos vai transformar-se numa autêntica Meca do som pesado na Península Ibérica!




GOJIRA! A palavra, designação original para o famoso monstro ficcional japonês Godzilla, tem hoje um significado bem diferente para todos aqueles que gostam de música extrema que foge às normas. Sim, porque GOJIRA é, atualmente, uma das bandas metal mais emblemáticas de que há memória nesta última década. No dia 10 de Agosto de 2014, domingo, os franceses vão subir ao palco instalado na Quinta do Ega e mostrar aos presentes, agora ao vivo e a cores, o seu estilo instantaneamente identificável, que serve de apoio a uma forte mensagem ecológica, não só relevante como singular no género em que se inserem. Capazes de escrever música com potencial para agradar a uma ampla faixa de fãs, misturando as raízes underground com um apelo mainstream que já os levou a todos os grandes eventos do género, são – sem margem para dúvidas – um dos nomes mais universalmente adorados e aplaudidos por uma legião transversal de seguidores, que vão do thrasher descontraído aos fanáticos do prog injetado de peso demolidor.

Os franceses sempre foram mais conhecidos pela moda e pela culinária do que pelas bandas de heavy metal. Desde que o género surgiu, vários foram os nomes que tentaram impor-se a nível internacional e, apesar de haver propostas válidas em quase todos os estilos, do black ao death metal, passando até pelo power metal sinfónico, poucos foram os que conseguiram impor-se com sucesso, e de facto, tudo isso mudou na última década, graças aos GOJIRA, que com o seu death metal progressivo conseguiram abanar realmente as estruturas de toda uma tendência, impulsionando finalmente o metal francês para a primeira divisão. O rótulo “death metal progressivo” traz de imediato à memória os ícones do género – os Death do «Symbolic», os Cynic do «Focus», talvez os Opeth do «Deliverance». Quem ainda não os conhece deve, no entanto, atirar pela janela todas e quaisquer pretensões em relação ao que vai ouvir quando puser pela primeira vez um disco deste quarteto de Bayonne a tocar. O seu prog/death é único; incrivelmente atmosférico, tecnicamente arrojado, esmagadoramente pesado.

Formados em 1996, na localidade de Ondres, perto de Bayonne, no sudoeste de França, os GOJIRA são Joe Duplantier na voz e guitarra, o seu irmão Mario Duplantier na bateria, Christian Andreu na guitarra e Jean-Michel Labadie no baixo e, até 2001, eram conhecidos como Godzilla. Foi, aliás, ainda sob essa designação que, entre 1996 e 2000, gravaram quatro maquetas e fizeram concertos com bandas como Cannibal Corpse e Immortal. Com a mudança de nome veio o álbum de estreia, «Terra Incognita», em 2001, seguido de «The Link», dois anos depois. No entanto, foi com o lançamento de «From Mars To Sirius» que o coletivo conseguiu dar o passo definitivo na direção da internacionalização e de um sucesso que, por essa altura, a imprensa e os fãs mais atentos já andavam a vaticinar-lhes há alguns anos. Saltaram do seu reduto underground para passarem a ser descritos, num site de referência generalista com o Allmusic, como “uma das bandas jovens líderes dentro do seu género neste milénio”... E muito fizeram por isso, percorrendo o mundo, ao lado de nomes tão respeitados como Lamb Of God ou Behemoth, culminando no convite por parte dos Metallica para os acompanharem em tour nos Estados Unidos e na Europa em 2009. «L'Enfant Sauvage», de 2012, o mais recente disco de originais do grupo, assim como o posterior «Les Enfants Sauvages», gravado ao vivo durante o ciclo de promoção ao registo de estúdio e acabado de editar, são tudo o que se poderia esperar dos GOJIRA. Seguindo os passos iniciados em «From Mars para Sirius» e cimentados em «The Way Of All Flesh», os franceses continuam focados no seu death metal complexo, mas apimentam-no um pouco mais, dando maior ênfase ao groove e a passagens rítmicas mais prolongadas do que era habitual. Além disso, com o passar dos anos, a banda tem vindo a revelar-se progressivamente mais madura, mostrando saber cada vez melhor como fazer passar a sua mensagem de forma eficaz. A conferir ao vivo, no VI VAGOS OPEN AIR – dias 8, 9 e 10 de Agosto, na Quinta do Ega, em Vagos.

Mikael Åkerfeldt e os seus OPETH passaram as últimas duas décadas a trabalhar incessantemente – e a crescer, a vários níveis. Pelo caminho transformaram-se num dos nomes mais influentes da sua geração e acumularam um corpo de trabalho que revela, simultaneamente, uma devoção incessante pelo conceito de progressão estética e também um fervoroso desejo de busca pela perfeição, que culminará inevitavelmente na criação de um misticismo especial e na eventual ocupação de um lugar de destaque semelhante ao que os “deuses do metal”, leia-se Black Sabbath, Led Zeppelin ou Iron Maiden, ocupam hoje. Talvez a uma escala diferente, mas com a mesma força, criatividade e vitalidade. Prova disso é o facto de todos os anos tocarem para milhares de pessoas por esse mundo fora, sendo que são um dos nomes mais consensuais da atualidade no espectro da música pesada. As raízes no doom e no death metal sueco infundido de ocultismo e romantismo a pender para o obscuro são inegáveis e, ouvindo álbuns como «Orchid», «Morningrise» ou «My Arms, Your Hearse», essa abordagem nunca será razão para pedirem desculpa. Foi, no entanto, com a dupla «Still Life» e «Black Waterpark» que começaram a transformar-se no colosso que conhecemos hoje, com uma sequência irrepreensível de lançamentos – «Deliverance», «Damnation», «Ghost Reveries», «Watershed» – a atingir píncaros a nível emocional, melódico e até técnico no âmbito da música extrema. O último álbum do grupo, «Heritage», é a prova de que o genial Åkerfeldt – estratega, vocalista, guitarrista, compositor e único membro fundador do grupo – soube exatamente como remodelar o veículo artístico sem sacrificar o seu espírito criativo.

Ao lado dos Sodom e Destruction, os KREATOR são uma das faces mais reconhecidas do movimento thrash europeu. Porta-estandartes da tendência em território germânico, Mille Pettroza e companhia surgiram no início dos anos 80 e, ao longo da década seguinte, estabeleceram-se como um dos nomes mais influentes e aplaudidos saídos do fenómeno graças a uma sequência de clássicos intemporais – e seminais! – composta por «Endless Pain» (de 1985), «Pleasure To Kill» (de 1986), «Terrible Certainty» (de 1987), «Extreme Agression» (de 1989) e «Coma of Souls» (de 1990). Combinando o extremismo naturalmente inerente ao estilo que os caracteriza desde o início com uma implacabilidade mordaz – espelhada em letras fortemente politizadas que têm uma clara tendência para apontar o dedo e não se furtarem a expor assuntos controversos – a banda de Essen não só sobreviveu incólume aos anos 90 como acabou por influenciar todas as gerações vindouras interessadas em replicar o seu génio violento. Pelo caminho mantiveram-se sempre persistentes e uma força imparável ao longo de uma carreira que, por esta altura, já atingiu a marca das três décadas, assinando verdadeiras declarações de vitalidade com os registos mais recentes, de que são ótimos exemplos «Violent Revolution» (de 2001), «Enemy of God» (de 2005), «Hordes of Chaos» (de 2009) e «Phantom Antichrist» (de 2012). Este último, já o décimo terceiro registo de originais num fundo de catálogo irrepreensível, prova que continuam a ser extraordinariamente inovadores e a estar um largo passo à frente da competição, sempre prontos a apresentar novas ideias e a tratar de si mesmos e dos seus fãs com a maior honestidade possível.

Para os apreciadores de metal, a expansão de sub-géneros tende muitas vezes a ser vista como uma mera casualidade, mas para quem gosta de ouvir música épica e pesada, as últimas décadas foram ricas no surgimento de nichos que fazem a ponte entre os mundos mais obscuros do thrash/death metal e os ambientes do heavy/power metal sinfónico. Porta-estandartes do female fronted metal, os EPICA são uma dessas bandas e, numa tendência dominada por exuberantes vocalizações femininas e sons orquestrais, os holandeses têm sabido exatamente como progredir e evoluir desde que, em 2003, se estrearam com «The Phantom Agony». Nessa altura, já os Nightwish davam cartas dentro do género e, quando Mark Jansen resolveu abandonar os After Forever para formar o seu próprio projeto, muita gente ficou a ponderar se haveria espaço na cena para mais um grupo assim. O músico holandês – sempre coadjuvado pela belíssima Simone Simons – provou que sim, que havia efetivamente, à custa de muito talento, trabalho e da criação de conceitos líricos e musicais que vão muito além do óbvio. Aquilo que destaca «Consign To Oblivion» e «The Score - An Epic Journey» (ambos de 2005), «The Divine Conspiracy» (2007), «Design Your Universe» (2009) e «Requiem for The Indifferent» (2012) de tantos outros álbuns que navegam nas mesmas águas não é apenas a dicotomia vocal entre a singela Simone e o gutural Mark – que continua a marcar a identidade musical do grupo –, mas sobretudo a emotividade e personalidade que caracterizam um coletivo sempre à procura de novas oportunidades. Só durante a primeira década de existência, que comemoraram este ano com «Retrospect», os EPICA treparam a tops de vendas em todo o mundo e tocaram em mais de 50 países diferentes, atraindo multidões de fãs na Europa, na Ásia e na Austrália.

Os canadianos ANNIHILATOR, são e sempre foram, o projeto de vida de Jeff Waters. Um verdadeiro prodígio da guitarra, com apenas 13 anos o canadiano já dava lições e, aos 18, começou a escrever as primeiras músicas para aquela que seria a sua banda de sempre. Com John Bates na voz, compôs e gravou – como não tinha mais ninguém para fazê-lo, tocou todos os outros instrumentos também – um primeiro tema, chamado «Annihilator», que acabou por nunca ser editado. Foi nesse preciso momento, corria o ano de 1984, que decidiu formar um grupo a sério e, depois de gravar algumas maquetas e sempre a lutar com constantes mudanças de formação, assina então contrato com a Roadrunner para a gravação de três álbuns. «Alice In Hell» e «Never, Neverland», de 1989 e 1990, transformaram-se em clássicos do thrash e colocaram de vez o nome do projeto no mapa do metal. «Set the World on Fire», editado dois anos depois, marcou o fim da ligação à editora norte-americana, mas – ao contrário de muitos dos seus contemporâneos – Waters nunca desapareceu, gravando mais treze álbuns de estúdio no período compreendido entre 1994 e 2010. Sempre fiéis à causa e apoiados numa fusão pessoal de thrash e heavy metal com blues e até jazz, percorreram o globo ao lado de nomes como Judas Priest, Pantera ou Trivium, fazendo dezenas de digressões em nome próprio e tocando nos mais importantes festivais do género, mostrando que o apoio dos fãs e o interesse em vê-los não refreou absolutamente nada com a passagem dos anos. Muito à semelhança de Waters, Dave Padden – que já gravou cinco álbuns e se estabeleceu como a voz da banda – e companhia não parecem envelhecer. 24 anos depois, os ANNIHILATOR são a banda de metal canadiana que mais discos vendeu ao longo da sua carreira, estando já perto dos dois milhões a nível mundial. Sinais da sua vitalidade não faltam e a mais recente é do ano passado; chama-se «Feast» e é o 14º registo de longa-duração de um dos coletivos mais resilientes de sempre da história da música extrema.

Vinte e três anos e dez álbuns depois de terem sido criados por Nergal, os BEHEMOTH continuam a ser uma das bandas mais respeitadas e influentes da sua geração. «The Satanist», o mais recente registo de estúdio do grupo polaco, é o exemplo perfeito disso mesmo – verdadeira declaração de intenções, de compromisso, de determinação e, sobretudo, da capacidade de escrever algum do death/black metal mais poderoso alguma vez gravado. Registado na sequência de uma batalha do estratega do projeto com a leucemia que lhe foi diagnosticada em Agosto de 2010, este é o disco da ressurreição; um conjunto de canções em que, em vez de se vergar a entidades divinas, a banda opta por mergulhar de cabeça em 45 minutos de arte bem obscura, desta vez mais black que death metal, mas que tanto se pode munir da sumptuosidade de guitarras que vão buscar influência às raízes blues do heavy metal como à violência do tremolo picking e dos blastbeats infernais que se tornaram populares durante os anos 90. Um exemplo de luta contra todas as adversidades, «The Satanist» prova de nada os pode parar – nem mesmo uma doença mortal. É, de resto, de perseverança, resiliência e de uma força de vontade do tamanho do mundo que se tem feito uma carreira que, por esta altura, já ultrapassou a marca das duas décadas. Criados numa altura em que a Polónia ainda não tinha qualquer tradição no que toca ao black metal ou à música extrema, os BEHEMOTH destacaram-se desde cedo dos seus pares, mas ainda tiveram de gravar três maquetas e cinco álbuns, fazer uma tour europeia e assinar com uma editora italiana antes de lançarem os dois petardos, «Satanica» e «Thelema 6», que lhes permitiram furar para fora do underground. No entanto, a partir do momento em que lançaram «Zoa Kia Cultus (Here And Beyond)», em 2002, não mais pararam de crescer, desenvolvendo um conceito visual mais elaborado e tornando, progressiva e paulatinamente, a sua música mais coesa, musculada, cirúrgica. Já na viragem do milénio transformaram-se numa verdadeira máquina de guerra que, apoiada em discos demolidores como «Demigod», «The Apostasy» e «Evangelion», conquistaram o mundo de lés a lés, recolhendo aplausos unânimes que não encontram grandes precedentes na tendência de que saíram.

Pioneiros, ao lado dos In Flames e Dark Tranquillity, da New Wave Of Swedish Death Metal nos anos 90, os SOILWORK são uma das bandas mais consistentes do seu género. Criados em Helsinborg corria o ano de 1995, fizeram nome com dois discos desafiantes para a independente francesa Listenable e com o lançamento de «Natural Born Chaos», o muitíssimo aplaudido segundo disco com selo de aprovação Nuclear Blast e o primeiro com produção do mago Devin Townsend, nunca mais voltaram a olhar para trás. Desde então, de dois em dois anos, lançam um novo álbum de qualidade superior e fazem uma enorme digressão mundial, que os leva da Europa aos Estados Unidos, passando pela Austrália e pelo Japão. Trabalhadores incansáveis operando um inteligente refinamento da fórmula vencedora – ritmos rápidos, refrões orelhudos, melodia a rodos no meio da rapidez – a banda soube cimentar a posição que ocupa à custa de discos como «Figure Number Five», «Stabbing The Drama», «Sworn To A Great Divide» e «The Panic Broadcast», recebidos com elogios tanto por parte do público como da imprensa especializada. Seja devido ao registo majéstico de Björn “Speed” Strid, aos teclados de Sven Karlsson, às harmonias de guitarra da dupla formada por Sylvain Coudret e David Andersson, ao baixo pulsante de Ola Flink ou a eficácia do francês Dirk Verbeuren na bateria, a verdade é que o quinteto continua a manter-se fiel à matriz com uma classe assinalável – e, mais importante, sem perder o fôlego. «The Living Infinite», o último longa-duração do grupo, leva-os ainda mais longe, sendo o primeiro álbum-duplo na história do death metal melódico.

Quando os At The Gates se separaram em 1996, três dos seus cinco elementos (os irmãos Björler e o baterista Adrian Erlandsson) juntaram-se ao guitarrista Patrik Jensen e ao vocalista Peter Dolving e formaram os THE HAUNTED, dando continuidade ao som que os pioneiros do death metal melódico sueco tinham desenhado uns anos antes para o incontornável «Slaughter Of The Soul». Foi com essa formação que gravaram a estreia homónima em 1998, um registo de thrash implacável e furioso que os colocou em digressão no Reino Unido ao lado dos Napalm Death e lhes permitiu constituir desde cedo uma forte base de seguidores. Um ano após o lançamento do álbum de estreia, Dolving e Erlandsson deixam a banda, sendo rapidamente substituídos por Marco Aro e Per Möllen Jensen. Gravam então «The Haunted Made Me Do It» em 2000 e partem numa tour mundial, que daria origem a um álbum ao vivo, intitulado «Live Rounds in Tokyo», no ano seguinte. Anders Björler deixa temporariamente o grupo, mas regressa menos de um ano depois e, em 2003, é editado o terceiro longa-duração, «One Kill Wonder». No final desse ano é a vez de Aro abandonar, abrindo assim uma porta para o regresso de Dolving. É precisamente com a muito talentosa, mas controversa, voz original do grupo que lançam «rEVOLVEr» em 2004 e, numa toada mais experimental, «The Dead Eye», «Versus» e «Unseen», de 2006, 2008 e 2011, respetivamente. Em Fevereiro de 2012, o vocalista volta a abandonar e, pelo caminho, provoca um verdadeiro motim no seio do grupo, que culmina com as saídas de Anders Björler e Per Möllen Jensen. Depois de um período de silêncio, e provando que nada os pode deter, Patrik Jensen e Jonas Björler procuram músicos para seguir em frente – o grupo fica agora completo com Aro de volta ao microfone, Erlandsson de regresso à bateria e Ola Englund na guitarra. Acabam de editar o single «Eye of the Storm», que inclui os três primeiros temas gravados pelos "novos" THE HAUNTED.

Corria o ano de 2008, quando um quarteto até então desconhecido de Reading, Inglaterra - que, na altura, só tinha como referência dois EPs auto-financiados - assinou contrato com a gigantesca Nuclear Blast para a edição do seu álbum de estreia. Contra todas as expectativas, «Conclusion Of An Age» e os SYLOSIS deram que falar desde o primeiro momento com uma mistura, sem precedentes na altura, de death/thrash moderno e elementos progressivos. A mistura arrojada valeu-lhes elogios e o sucessor «Edge Of The Earth», de 2011, repetiu a façanha, colocando-os na primeira divisão da música extrema graças a digressões extensas com bandas como As I Lay Dying e Fear Factory e a participações de destaque em festivais como o Graspop e Wacken Open Air. Resultado: ao segundo disco já tinham atingido um nível de reconhecimento notável, sendo rotulados como um dos grupos mais inovadores da sua geração. Não intimidado pelo peso inerente à expectativa o grupo formado por Josh Middleton, Alex Bailey, Carl Parnell e Rob Callard fechou-se nos lendários Monnow Vale Studios, em Monmouth, no País de Gales, e com a ajuda do produtor Romesh Dodangoda gravou o terceiro álbum. «Monolith», de 2012, afirmou-se como uma verdadeira declaração de intenções, não só a nível musical como lírico, usando a imagem de uma rocha intransponível para mostrar que são dignos de todos os elogios que lhes têm sido traçados desde que deram os primeiros passos.

Apresentados como "a mais promissora e ameaçadora banda espanhola" quando a Century Media os mostrou ao mundo em 2010, os ANGELUS APATRIDA transformaram-se num nome a ter em conta por direito próprio e, hoje em dia, são vistos como um dos projetos mais empenhados no cenário europeu. Criada em Albacete, uma década antes, a banda foi buscar a sua designação a uma fusão de catalão e latim; resultando numa expressão que, em tradução livre, significa algo como "anjos renegados". Entre 2001 e 2007 gravaram uma maqueta, um EP e dois álbuns, «Evil Unleashed» e «Give ‘Em War», de 2006 e 2007 respetivamente, sempre com a aspiração de se transformarem na nova coqueluche saída da Península Ibérica. Os seus sonhos tornaram-se realidade com o lançamento de «Clockwork», em 2010. A estreia para a Century Media, um verdadeiro petardo de speed/thrash, valeu-lhes o título de "melhor banda de 2010" em publicações do país vizinho como a Mondosonoro, Kerrang Spain e Rockzone. O disco entrou para a posição #44 da tabela de vendas do seu país, para a posição #54 na tabela de vendas da Grécia e o vídeo-clip de «Blast Off» abriu-lhes as portas para o seu maior período de atividade até então. Tudo começou com um "suporte" aos Arch Enemy na sua digressão espanhola de Dezembro de 2009, ao que se seguiram cerca de 80 concertos, incluindo duas digressões pela Europa e algumas datas a “abrir” para nomes tão icónicos como Slayer e Megadeth. Lançado em Abril de 2012, «The Call» revelou-se um disco ainda mais coeso e maduro, carregando predicados mais que suficientes para os estabelecer como um dos nomes grandes saídos da nova geração do thrash. Com um 2013 encerrado em grande com uma muito bem-sucedida tour pelo velho continente ao lado dos Havok e Savage Messiah, nuestros hermanos começaram o ano novo com uma digressão no Japão e a sua presença já está também garantida em festivais como o Hellfest e o VAGOS OPEN AIR.

Contando já com mais de duas décadas de existência, os REQUIEM LAUS surgiram em pleno boom do underground nacional e, hoje, são um dos mais exemplares casos de perseverança saídos da ilha da Madeira. Corria o já longínquo ano de 1992 quando se juntaram, gravando a maqueta de estreia, «Life Fading Existence», dois anos depois. É precisamente nesse ano que o quarteto atua pela primeira vez no continente, seguindo-se a gravação de uma segunda demo, «For the Ones Who Died», em 1996. As atuações ao vivo sucedem-se e, combatendo a insularidade, estabelecem-se como um dos projetos mais trabalhadores e resilientes do underground luso. 1998 marca mudanças profundas na formação do coletivo e, já de cara lavada, reeditam «For The Ones Who Died», ganhando tempo para preparar uma terceira maqueta. «Through Aeons» é editada em 2000 e, nos meses seguintes, o grupo partilha palcos com bandas como Avulsed, Cyborium, Kormoss e Humanart, entre outros. Numa altura em que começava a ganhar cada vez mais nome, o grupo volta a sofrer profundas convulsões internas, que acabariam por dar origem a um período de inatividade. Só voltam a aparecer novamente em 2005, encabeçando o Roquefest nos Açores e protagonizando um par de concertos na Madeira. No ano seguinte gravam uma promo e dividem palcos com bandas internacionais de renome. Conseguem assim recuperar a atenção dos media e, aproveitando o embalo, viajam até à Suécia para, no Studio Underground, gravarem finalmente o álbum de estreia em 2007. «The Eternal Plague» é editado no ano seguinte, seguindo-se mais uma série de espetáculos na Madeira e no continente. Apostando numa mistura de death e doom metal a banda foi desenvolvendo uma identidade cada vez mais forte com o passar dos anos, bem espalhada no segundo álbum («As Long As Darkness Bleeds», de 2011) e no EP «Impulse», o seu lançamento mais recente.

Nya e André Cruz decidiram juntar as suas forças criativas em Novembro de 2007, dando assim origem aos KANDIA. Com gostos musicais bastante ecléticos a dupla criou um som próprio, que mistura todas as suas influências - dos Pink Floyd aos Opeth, passando pelos A Perfect Circle, Tool e Metallica. Em Julho de 2008, entram em estúdio para gravar «Light» com Daniel Cardoso como produtor. O EP foi lançado em Outubro do mesmo ano e recebeu excelentes críticas, inspirando as primeiras atuações ao vivo. No entanto, com a gaveta cheia de canções novas, Nya e André estavam já a imaginar o próximo lançamento e, em Maio de 2009, voltam a fechar-se em estúdio – uma vez mais com Cardoso sentado atrás da consola – para gravar «Inward Beauty|Outward Reflection», o álbum de estreia. Contando com a participação de JP Leppaluoto, dos finlandeses Charon, como convidado em «Reflections», alargam exponencialmente a sua base de potenciais fãs – muito graças também ao vídeo-clip que gravaram para o single «Into Your Hands», que gozou de exposição na versão nacional do Headbangers Ball da MTV e, hoje, conta já com mais de 35,000 visualizações no YouTube. Todo este burburinho acaba por captar a atenção de Masa Kishimoto, da editora BitOrg, que licencia o disco para edição no mercado japonês. No mesmo ano, são convidados para tocar no festival SummerSound, na Letónia, onde dividem o palco com bandas como os Guano Apes, entre outras. Já em Outubro de 2011 fazem suporte aos holandeses Within Temptation em duas datas portuguesas e voltam a dar um salto em termos de popularidade. À semelhança do que já tinham feito com as gravações anteriores, os músicos depositam toda a confiança na sua cada vez maior base de seguidores e lançam uma bem-sucedida campanha de crowdfunding. O dinheiro recolhido deu então origem a «All Is Gone», registado novamente com Daniel Cardoso e disponibilizado, em Maio do ano passado, através da BMG Chrysalis.

Desde que lançaram o seu álbum de estreia, intitulado «Ultrabomb», em Novembro de 2012, os THE QUARTET Of WHOA! transformaram-se rapidamente numa das mais excitantes e refrescantes surpresas de que há memória na música portuguesa dos últimos anos. O guitarrista Gonçalo Katowicz, o teclista Rui Guerra, o baixista André Gonçalves e o baterista Miguel Costa são quatro exímios instrumentistas que fizeram nome e ganharam calo em projetos como Blasted Mechanism, Zorg, Phillarmonic Weed ou LunaSeaSane, juntando-se depois em 2010 numa banda que vai beber diretamente à herança do rock psicadélico e progressivo dos anos 70 à qual juntam doses generosas de stoner e desert rock que, na prática, dão origem a um som explosivo e fulgurante, bem patente em temas como «Master Lever Had A Dream», «Prodigal Son» ou «The Path Of Our Commitment». Alicerçados numa forte secção rítmica, em excelentes riffs de guitarra, em fraseados de sintetizadores vintage e fantásticas linhas e harmonias vocais – com a particularidade do quarteto partilhar entre si as vocalizações – as melodias e os riffs vão fluindo de uma forma muito natural, com a energia a soltar-se desenfreadamente dos instrumentos e as canções, bem pensadas e construídas de uma forma exemplar, a revelarem-se experiências sonoras fascinantes. Elogiado de forma unânime pela imprensa especializada a nível nacional e internacional, o disco de estreia permitiu ao coletivo lisboeta passar os dois últimos anos na estrada, tocando de norte a sul do país de forma regular, dos pequenos bares aos grandes festivais.

Formados em 2008, no Porto, os GATES OF HELL começaram pelas mãos dos guitarristas Pedro e Filipe Afonso e do vocalista Filipe Aragão. O tiro de partida aconteceu com um primeiro espetáculo logo em Novembro desse ano e, após um período em que se dividiram entre o processo de composição na sala de ensaios e os palcos, sofreram uma reformulação com a entrada de Afonso Ribeiro para a bateria, de Hélder Costa para o baixo e de José Almeida para a voz. Foi a partir de então, com um sólido quinteto definido, que começaram a pensar mais seriamente na hipótese de gravar uma maqueta. O processo de criação daria origem a uma série de temas, que lhes permitiram passar grande parte de 2009 a partilhar palcos com outras bandas emergentes de norte a sul do país. Motivados tanto pelas reações positivas como pelas oportunidades que lhes foram dadas, ainda em Novembro desse ano os músicos voltam a entrar em estúdio para a gravação do EP «Shadows Of The Dark Ages». Muito à semelhança do ano anterior, grande parte de 2010 foi também passada na estrada e, após outra reestruturação, que viu Raça (dos Revolution Within) entrar para a voz, os músicos encerram-se uma vez mais na sala de ensaios a compor material para o álbum de estreia. Gravado outra vez com Paulo Lopes no estúdio SounVision, «Critical Obsession» revelou-se uma bomba de groove metal, injetado de thrash e death, capaz de rivalizar com os melhores do género. A gravação valeu-lhes de imediato o interesse na Rastilho Metal Records, que editou a estreia dos Gates of Hell em formato de longa-duração em Abril do ano passado e, entretanto, tanto a banda como o álbum têm recolhido imensos elogios cá e lá fora, figurando até em algumas listas dos melhores lançamentos de 2013.

Criados em Olhão, no Algarve, há dois anos, os MURK são uma banda de death metal com influências alternativas, o que – por si só – já é motivo mais que suficiente para aguçarem a curiosidade. O nome pode ser ainda pouco conhecido, mas a verdade é que os cinco músicos que compõem o projeto já não são propriamente novatos na cena underground nacional, sendo que alguns deles fizeram parte dos Sattor durante mais de uma década, ganhando a experiência e o calo que lhes permitiu gravarem e editarem o EP «Seeds of Perseverance» em 2008. Tendo por inspiração “a necessidade de expressar o malefício do obscuro e oculto da elite social”, Bruno Viegas na bateria, Bruno “Bazuka” no baixo, Diogo Brito na guitarra solo, Victor Campina nos teclados e Nuno Faria na voz e na guitarra ritmo foram para a sala de ensaios e por lá ficaram a definir estrategicamente o conceito do coletivo e a trabalhar nas suas composições durante mais de um ano. Já em 2013 entram finalmente em estúdio para gravar o registo de estreia... «Tyrants of Decay», o EP acabado de editar através da Dalma Records, inclui seis temas conceptuais e aposta numa singular abordagem bilingue, com temas cantados em português e em inglês no alinhamento.

Os bilhetes custam 65,00 euros (passe três dias), 32,00 euros (diário 8 e 9 Agosto) e 25 euros (diário 10 Agosto), à venda nos locais habituais.

Reservas: Ticketline (1820 - http://ticketline.sapo.pt/ ).

Postagem: Leo Wacken

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