Unearthly – Flagellum Dei



Unearthly – Flagellum Dei


Shinigami Records – 2011 – Brasil



Já começando com uma ousada questão: será o Brasil o maior e melhor celeiro de bandas underground atualmente? Para citar apenas alguns exemplos que dão força a esse questionamento, tivemos lançamentos espetaculares da Krisiun, Clawn, Sodamned, Desecrated Sphere, Hutt, Escarnium, Expurgo, Cauterization, Anonymous Hate e agora, juntando-se ao time dos maus, a Unearthly.

Pois coube à Shinigami Records (valeeeeu!!! – www.shinigamirecords.com.br) colocar no mercado esse luxuoso CD, com direito a capinha digipack caprichada. Já que comecei a falar nisso, tenho que me aprofundar na excelência do material gráfico: da elaboração da capa, passando pelo visual clean do encarte, pelas fotos e até mesmo pela fonte das letras das músicas (que a princípio geram uma pequena dificuldade na leitura, mas rapidamente acostuma a vista), tudo foi pensado nos mínimos detalhes.

Tem mais: as letras são acompanhadas de pequenas e interessantíssimas explicações relativas às ideias que o vocalista/guitarrista Felipe Eregion teve ao escrevê-las.

Bem, e se em “Age of Chaos” o grupo já martelava na cabeça de todo o banger brasileiro fã de som extremo, em “Flagellum Dei” a coisa se expande para além dos limites do país. Apesar de ter sido amplamente divulgado, é sempre bom relembrar que o disco foi gravado no lendário Hertz Studios (Vader, Decapitated), na Polônia. E o investimento teve o resultado que na certa superou as expectativas de todos: qualidade de gravação perfeita!

A ótima mistura que o grupo faz entre o death e o black metal está cada vez mais consolidada. As músicas, sempre concisas, são cuidadosamente elaboradas e prevalecem na maior parte do tempo nos absurdos blast beats de Rafael Lobato, um monstro das baquetas que chega mesmo a lembrar o infernal Horgh (Immortal). E já fica o conselho: escutem “Limbus” para ver do que esse demônio é capaz.

E nos momentos mais cadenciados arte – nas partes acústicas e melódicas –, tudo parece obra de arte e leva o ouvinte a absorver toda a riqueza do disco. Que trabalho de guitarras lindo! Solos? Curtos, mas muito eficazes!

Impossível mencionar qual a melhor faixa. Entretanto, duas despertam curiosidade, cada uma por motivos diferentes: “Black Sun (Part I)” tem uma estrutura fenomenal e inclusive dá espaço a um pequeno e surpreendente trecho que remete muito ao ritmo nordestino (mais ou menos a partir dos 4’20’’ – seria proposital?); e coroando o trabalho, Steve Tucker (ex-Morbid Angel) empresta sua voz para a faixa “Osmotic Haeresis (Part II)”, outro petardo fabuloso do CD.

Ah, sim, apenas para não passar batido: o disco termina exatamente como começa: com um dedilhado arrepiante e obscuro. Belo, muito belo!

Perfeição. É nisso que se pode resumir “Flagellum Dei”. E não, não é exagero tal afirmação. É certo que todos que adquirirem o álbum irão se orgulhar demais desse marco no cenário extremo nacional (e mundial). Essencial!

Contatos:
http://www.theunearthly.com/

Texto: Som Extremo
Postado por: SRWINS

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