Resenha Venom/Vulcano Carioca Club 21/10/2017

Texto e Fotos: Victor Hugo

Em 1986, a lenda do Black Metal, Venom, passava por São Paulo, junto com o Exciter, para uma apresentação que ficou na memória de muita gente. Naquela oportunidade, a abertura dos shows ficou a cargo do Vulcano, que havia recém-lançado o destruidor Bloody Vengeance. Pois bem, trinta e um anos depois, o público paulista teve a oportunidade de reviver (ou, no meu caso, viver) parte da história. Venom e Vulcano, dois dos maiores nomes do metal mundial, estiveram na capital paulista e fizeram, possivelmente, os melhores shows do ano, até agora.
Por volta de sete e vinte, o Vulcano entrou no palco executando a instrumental The Man The Key The Beast. Logo depois, a inconfundível introdução de Witche’s Sabbath, acompanhada em coro pelo público, deu continuidade a uma apresentação inesquecível. Zhema Rodeiro (guitarra), Arthur Von Barbarian (bateria), Luiz Carlos Louzada (vocal), Gerson Fajardo (Guitarra) e Carlos Dias (baixo) entraram no palco dispostos a mostrar porque são considerados uma das maiores bandas de metal extremo do Brasil e do mundo.



A banda acertou em cheio ao tocar o magnífico Bloody Vengeance na íntegra. Clássicos como Dominions of Death, Spirits of Evil, Holocaust e Death Metal lavaram a alma dos bangers presentes. O que ninguém esperava aconteceu quando Louzada chamou ao palco o vocalista que gravou o petardo de 86, Angel. Dono de voz e carisma singulares, Angel foi prontamente ovacionado pela audiência ensandecida. Executaram, então, as sensacionais Bloody Vengeance, Total Destruição e uma versão avassaladora de Guerreiros de Satã. 
Esta última com participação dos dois vocalistas e do público, claro, que acompanhou em uníssono. Um show fantástico, que terminou com o Vulcano sendo aclamado pelos presentes. Reconhecimento mais do que merecido.
O público nem bem havia se recuperado da destruição sonora do Vulcano quando as cortinas do Carioca se abriram para que mais um capítulo da história da música extrema fosse escrito em São Paulo. Depois de oito anos, o Venom estava de volta aos palcos paulistanos para mais uma apresentação bombástica.



Pode se questionar a qualidade dos novos trabalhos, principalmente se comparados aos clássicos, mas os shows continuam únicos. Em grande parte, graças a sua figura central, Cronos (baixo/vocal), que, além de rabugento, é também um dos maiores vocais que o Metal produziu. A formação é a mesma que esteve no Brasil oito anos antes, contando com Rage (guitarra) e Dante (bateria). 

O show começou com Long Hairy Punks e The Death of Rock’n’Roll, do último disco, seguidas do primeiro clássico da noite, Bloodlust, Pedal to the Metal, do bom Fallen Angels (2011), e Grinding Teeth. Pausa para os tradicionais agradecimentos e mais porrada, desta vez com a clássica (e claustrofóbica) Buried Alive, além de Pandemonium e The Evil One.
Entre uma música e outra, Cronos fez jus à fama de ranheta. Não faltaram provocações aos ex-membros da banda e ‘homenagens’ a alguns festivais que falharam ao tentar trazer a banda ao Brasil anos atrás. Até aí, nada de novo no front. Afinal, era um show do Venom não do Kenny G. A apresentação prosseguiu com uma sequência matadora: Welcome to Hell, Countess Bathory e a apocalíptica Warhead.
O encerramento foi com Rise, do disco mais recente, que, convenhamos, foi uma espécie de anticlímax, ainda mais depois da hecatombe causada pelas músicas anteriores. Felizmente havia o bis, e aí não teve erro: Black Metal e Witching Hour para fechar, agora sim, de maneira magistral um show que certamente vai ficar na memória de todos.

Vulcano Setlist:

The Man The Key The Beast
Witche’s Sabbath
Dominions of Death
Spirits of Evil
Ready to Explode
Holocaust
Incubus
Death Metal
Bloody Vengeance
Total Destruição
Guerreiros de Satã

Venom Setlist:

Long Haired Punks
The Death of Rock’n’Roll
Bloodlust
Pedal to the Metal
Grinding Teeth
Buried Alive
Pandemonium
The Evil One
Welcome to Hell
Countess Bathory
Warhead
Rise

Bis:

Black Metal
Witching Hour

Postagem: Leo Wacken

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