Resenha Satyricon/Pátria - Fabrique Club 11/11/2017

Texto e fotos: Victor Hugo

Os noruegueses do Satyricon voltaram a São Paulo no sábado, 11 de novembro, para mais uma apesentação. A abertura ficou a cargo de uma das melhores bandas de Black Metal nacional da atualidade, o Pátria. Faltando alguns minutos para as sete da noite, a banda gaúcha iniciou a apresentação com "Now I Bleed", do excelente Magna Adversia (2017) cuja introdução foi uma espécie de convocação à batalha que se seguiu. 

O show continuou com "Outrage", seguida da destruidora "Heartless" e "Nyctophilia". Destaca-se o entrosamento das guitarras de Mantus e Ristow além do vocal devastador de T.Sword. Completam a formação o excelente baterista Abyssius e o não menos competente Vulkan (baixo). O show prosseguiu com "Axis", "Death’s Empire Conqueror" e teve seu encerramento com o hino Culto das Sombras. Uma apresentação irrepreensível de uma grande banda do metal negro nacional.

Por volta de oito da noite, o Satyricon entrou no palco. O show começou com "Midnight Serpent", do disco mais recente, o bom Deep Calleth Upon Deep (2017). O álbum marca um período difícil na vida de Satyr (vocal). Em 2015, o músico recebeu o diagnóstico de um tumor cerebral. Trata-se de um tumor benigno, mas, de acordo com os médicos, pode haver a necessidade de uma cirurgia. A recuperação pode se estender por anos. 
Diante dessa possibilidade, Satyr, munido de coragem e resiliência, decidiu convocar seu fiel companheiro Frost (bateria) para compor um dos melhores discos do Satyricon em anos. A banda ainda conta com Steiner Gundersen (guitarra), Neddo (baixo), Anders Hunstad (teclado) e Attila Vörös (guitarra). O show prosseguiu com "Black Crow on a Tombstone", "Deep Calleth Upon Deep" (um ótimo trabalho de bateria de Frost) e "Walker Upon the Wind". Continuaram com a boa "Repined Bastard Nation", "Commando" (com refrão cantado em coro pelo público), "Burial Rite" e "Now", "Diabolical" (outra que teve o refrão acompanhado em uníssono pelos presentes). 
Após a climática "To Your Brethren in the Dark", Satyr anunciou que encerrariam o show com algo mais antigo. Assim, tocaram duas do clássico Nemesis Divina (1996): a instrumental "Transcendental Requiem of Slaves" e "Mother North" (com Satyr regendo o público tal qual um maestro). Ao ouvir essa música entendemos perfeitamente porque o Satyricon se tornou uma das mais importantes bandas da cena norueguesa. 
Aliás, a pergunta que fica é por que eles não tocam (já há algum tempo) músicas mais antigas, optando por executar músicas do Nemesis Divina em diante. Em entrevista, Satyr disse o Satyricon não é uma banda de velhos hits. Porém, foram álbuns como Dark Medieval Times (1994) e The Shadowthrone (1994) que colocaram os caras onde estão. Portanto, é incompreensível que eles simplesmente ignorem tais clássicos. Enfim, são escolhas.


A banda retornou para um bis triunfante emendando mais três sons: a ótima "The Pentagram Burns", "Fuel for Hatred" e a esperada "K.I.N.G." O show terminou com o Satyricon sendo, mais uma vez, aclamado pelo público paulista.

Patria Set list:

Now I Bleed
Outrage
Heartless
Nyctophilia
Axis
Death’s Empire Conqueror
Culto das Sombras

Satyricon Set list:

Midnight Serpent
Our World, It Rumbles Tonight
Black Crow on a Tombstone
Deep Calleth Upon Deep
Walker Upon the Wind
Repined Bastard Nation
Commando
Burial Rite
Now, Diabolical
To Your Brethren in the Dark
Transcedental Requiem of Slaves
Mother North

Bis

The Pentagram Burns
Fuel for Hatred
K.I.N.G.

Postagem: Leo Wacken

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário!