Resenha Monsters of Rock 2015: Arena Anhembi

Um dos maiores e mais importantes eventos de Heavy Metal do Mundo

Texto: Leo Wacken

1º dia: 25/04/2015

Finalmente ao chegar no Anhembi no primeiro dia desse tão grandioso festival eu pude dizer que o Monsters of Rock 2015 estava de volta a São Paulo depois da sua última edição em 2013, pois sem duvida nenhuma é um dos maiores e mais importantes festivais do país comemorando  21 anos desde sua primeira realização no Brasil, e essa realmente foi uma edição inesquecível para os headbangers que o presenciaram nas datas 25 e 26 de abril, na Arena Anhembi.

Ao chegar aos arredores da arena me deparei com inúmeros bangers com seus diversos estilos, camisetas de diversas bandas e também pude perceber que haviam muitos de outros estados somente para cultuar esse grande evento de Heavy Metal, onde realmente estariam as maiores lendas de todos os tempos.
Uma breve ressalva sobre a organização do evento, pois Infelizmente havia uma enorme fila onde o publico levava cercas de 2 horas para entrar no local, isso mesmo depois da abertura dos portões que ocorreu ás 10h da manha. Outra coisa que pecou foram preços abusivos de tudo dentro do evento, pois como pode um copo de água R$ 7, assim como uma cerveja custar R$ 7, sem falar do merchandising das bandas, como por exemplo: Camisetas chegando a custar R$ 100.
Bom agora vamos  ao mais importante que foram os shows.

A primeira banda a se apresentar no evento foi  De La Tierra composto pelo guitarrista Andreas Kisser (Sepultura),  Andrés Giménez (ex A.N.I.M.A.L), o baterista Alex González (Maná) e o baixista Flavio Cianciarulo (Los Fabulosos Cadillacs). Eles subiram no palco cerca de 12:00 e tocaram musicas como:  “Somos Uno”, “San Asesino” e ainda mandaram um cover de “Polícia” dos Titãs.

Na sequência foi a vez da banda de Power Metal Alemão Primal Fear . O grupo já se apresentou diversas vezes no Brasil, mas essa edição seria uma das mais importantes, já que tiveram problemas com o som no ultimo Live N’ Louder  que ocorreu em 2006 na própria arena anhembi, fazendo que que deixassem o palco. Mas dessa vez  nesta edição de 2015, o som estava maravilhoso e o publico pode curtir grandes clássicos de sua carreira como “Nuclear Fire”, “Metal is Forever” e a destruidora “Chainbreaker”, fazendo com que o público gritasse cada vez mais alto o nome da banda.

A banda Coal Chamber se apresentou com pouco numero de expectadores, pois não foi tão recebida já que o estilo musical não agradariam fãs de Judas Priest, Motorhead e Ozzy, mas mesmo assim colocaram-se no seu devido posto e mostraram que são capazes de desempenhar uma grande performance em um grande evento como o Monsters .

A próxima banda a se apresentar no palco do Monsters foi a Rival Songs que traz na sua bagagem um repertório de musicas bem estilo Rock N’ Roll anos 70, realmente foi uma banda que me surpreendeu, pois não conhecia nada até então que me fez lembrar as bandas de épocas passadas até mesmo pelo visual bem retro vestindo ternos. Eles interagiam com o publico a cada musica tocada como “Keep on Swinging”, “Open My Eyes” e não poderia deixar de rolar uma balada chamada “Where I’ve Been”.

O pior momento do festival veio com a apresentação dos Americanos do Black Veil Brides, pois o publico não ficou satisfeito com as musicas que eles trouxeram para o evento que era próprio de Heavy Metal. Com seu estilo Glam/Scream, foram totalmente vaiados pelo publico presente, não dando a mínima chance de permanecer no palco e terminar o show que durou cera de 40 minutos. Muitos jovens adolescentes curtiram os poucos minutos da banda no palco, mas os mais velhos old school estavam mesmo querendo ver a próxima atração que era o Motorhead se recusaram a ver. Então decidiram abandonar o palco e finalizar por ali mesmo.

A próxima atração seria um dos momentos mais aguardados pelo publico durante anos, pois se tratava da apresentação de uma das maiores lendas do Heavy Metal Mundial, o Motorhead, pois o baixista e vocalista Lemmy Kilmster havia ficado doente há alguns anos atrás comprometendo sua saúde. E eis que minutos depois do palco estar montado foi anunciado uma jam com Mikkey Dee, Phil Campbell  e Sepultura que tocaram clássicos do Motorhead, pois Lemmy estava passando mal e não poderia fazer o show. Com certeza o publico ficou muito triste, pois imaginava-se que seria o ultimo show por terras brasileiras. O repertório foi dedicado a Lemmy com clássicos marcantes como “Orgasmatron”, “Ace of Spades” e “Overkill” fazendo com que o publico abrisse uma grande roda de circle pit.

Os grandes ícones da N.W.O.B.H.M (New Wave of Britsh Heavy Metal) subiram no palco por volta das 20:30 com a intro “Battle Cry” completamente ovacionados pelos fãs que gritavam “Olê, Olê, Olá, Judas, Judas”. No set list mandaram logo de cara, a recente e poderosa “Dragonaut” onde o publico ficou simplesmente alucinado. Na sequência destruíram com “Metal Gods” e “Devil’s Child” fazendo com que os fãs cantassem sem parar nos refrãos marcantes.  A noite estava linda e o publico mais ainda, pois aquele mar de gente cantava e agitava sem parar nas matadoras “Victim of Changes”, “Loves Bites”e “Turbo Lover”. Muitos cabeludos balançavam seus cabelos e faziam Air Guitar. Destaque para o vocalista Rob Halford, pois em pleno seus 63 anos de idade, mostra que ainda esta em forma esbanjando seus agudos. Ainda mandaram “Halls of Valhalla” do novo album “Redeemer of Souls”, mas o que os fãs queriam mesmo era ouvir clássicos como “Jawbreaker”, “Breaking the Law” e “Hell Bent For Leather” onde o vocalista Rob Halford entrou com sua Harley-Davidson no palco. Para finalizar com chave de ouro esta grande noite vieram ás destruidoras “The Hellion/Eletric Eye”, “You’ve Got Another Thing Comin’” e ainda o baterista Scott Travis perguntou aos presentes qual seria a última música a ser executada, claro que os fãs queriam a grandiosa “PAINKILLER!” e o fechamento ficou com a tranquila “Living After Midnight”. 

Esta primeira e grande noite do Monsters of Rock foi encerrada pela lenda viva do Metal Ozzy Osbourne e uma grande retrospectiva de seus sucessos como a primeira “Bark the Moon” fazendo com que os fãs cantassem sem parar e logo na sequência um dos maiores clássicos de todos os tempos do Madman “Mr. Crowley” destaque para o teclado que estava sendo executado pelo filho do Rick Wakeman, o Adam Wakeman tocando na sequencia “I Don’t Know”. Ozzy se destaca muito pelo seu jeito alegre e extrovertido no palco, jogava água no publico, batia palmas e ainda se ajoelhou no palco para agradecer seus fãs. Ozzy empolgado deu inicio a primeira musica do Black Sabbath “Fairies Wear Boots”, pois o publico gostaria e muito de ouvir Black Sabbath, ainda mais quando no set list foram tocadas as magnificas “War Pigs”, “Rat Salad”, “Iron Man” e “Paranoid”. Não da pra ficar parado em um show como esse, por que era certeza de poder ouvir grandes clássicos de sua carreira como “Suicide Solution” tirando folego do publico e fazendo com que cantasse na grandiosa balada “Road to Nowhere” onde pude ver muitos celulares acesos que me fez lembrar a época dos anos 80 quando eram acesos isqueiros. Para encerrar mandaram ver “I Don’t Want to Change the World”, “Crazy Train” e “Paranoid” levantando o publico que cantava alucinadamente sem parar. Ozzy ainda ficava brincando com o publico dizendo “One More Song, One More Song...” assim encerrando a primeira noite do Monsters of Rock.

2º dia: 26/04/2015

Se o dia anterior ficou marcado por ter visto lendas do Heavy Metal como Judas Priest e Ozzy Osbourne, já dava pra imaginar o que estava por vir, pois era dia de deixar o cansaço de lado e prestigiar novamente bandas como  Kiss, Judas Priest (novamente), Accept, Yngwie Malmsteen, Unisonic e Manowar entre outras.

 O segundo dia do Monsters of Rock teve inicio com os brasileiros do Dr. Pheabes, uma banda que trás um rock and roll sem modernidade e procuram ser o mais simples possível, mas não empolgou nenhum pouco os presentes até aquele momento.

A próxima atração ficou por conta dos californianos do Steel Panther, confesso que estava curioso para ver esta apresentação já que eu tive o prazer de ve-los tocando no Wacken Open Air 2014 (WOA: O Maior Festival de Heavy Metal do Mundo) onde empolgou mais de 80 mil pessoas. Voltando ao Monsters of Rock, a banda fez um show totalmente divertido, ainda mais se tratando das letras com muita sacanagem, pausas para contar piadas e sem falar da sua performance baseado nas bandas de Hard Rock/Glam dos anos 80 como o Poison, Cinderella etc. Foi um show excelente com muita qualidade, e o que mais chamou a atenção foram as mulheres que subiam no palco ao chamado do vocalista Michael Starr na musica “17 Girls in a Row” onde elas levantam as blusas e mostram os peitos e a cada vez que uma mulher aparecia no telão ela levantava a blusa e mostrava tudo para a alegria de todos os presentes. Até o guitarrista Satchel foi beijada por uma fã. Além disso tocaram sucessos como “Party All Day (Fuck All Night)” e “Death to All but Metal”.

Na sequência foi á vez do sueco Yngwie Malmsteen dar continuidade e esse majestoso evento. O show não foi tão longo, não durando nem uma hora, pois sua equipe teve um atraso de pelomenos 40 minutos ao montar todo seu equipamento. O guitarrista abriu o show com um dos maiores clássicos de sua carreira “Rising Force”, levantando palmas de todos que ali estavam. Aproveitou para tocar uma recente chamada “Spellbound”, e chegou a fazer vários malabares com sua guitarra jogando para cima, nas costas, girando etc. Ainda tocou instrumental como no cover “Purple Haze” de Jimmy Hendrix e ainda cantou. O publico se empolgou com essa grande apresentação que contou com outros grandes clássicos como “Black Star” e “Seventh Sign”.

Um momento que com certeza concentrou fãs de Helloween e Gammaray foi quando a banda Unisonic subiu no palco, já é a segunda vez que os alemães vem para o Brasil reunindo Michael Kiske e Kai Hasen, que sem duvida nenhuma são uma das maiores importâncias do heavy metal alemão. Kiske ainda canta como nunca e chega a tons impressionantes em musicas como “Exceptional”, e “Light of Dawn”, onde o publico cantava sem parar. Esse ano havia um subistituto para o baixo de Mandy Mayer que ficou por conta de Tobias Excel do Edguy. No set ainda tocaram grandes clássicos do Helloween “March of Time” e “I Want You” fazendo com que os fãs ficassem totalmente satisfeitos.

Perto de anoitecer era chegada a hora de uma das maiores forças do Heavy Metal alemão. Accept subiu no palco já ovacionado pelos fãs logo com a “Stampede” faixa de seu último trabalho “Blind Rage” lançado em 2014, já chamando atenção na sequência com o hino da União Soviética em “Stalingrad”. Dava pra perceber a potência sonora da banda e uma performance matadora no palco e riffs de guitarras maravilhosos celebram seus quase 30 anos de carreira. O publico estava empolgado e cantando mais e mais com clássicos como “London Leatherboys”, “Restless and Wild”, tirando o folego dos presentes “Princess of the Dawn” e “Fast As Shark” que nessas alturas os fãs já estavam esgotados de tanta adrenalina, mas tinha espaço para muito mais como a matadora “Metal Heart,” fazendo aquele mar de gente de preto cantar em uma só voz. Ainda tinha espaço para mais em “Teutonic Terror” e “Ball To The Wall” encerrando essa participação histórica no Monsters.

Já era noite quando a banda mais barulhenta do planeta subiu no palco. Manowar para fazer um show histórico, já que na ultima vez que estiveram no Brasil foram criticados pelos próprios fãs devido ao show ser executado somente por músicas dos anos 2000 pra cá, mas dessa vez seria diferente e a banda decidiu fazer um show envolvente somente com grandes clássicos de sua carreira como "Manowar", "Metal Daze", "Kill With Power", "Kings Of Metal", "Hail And Kill" e "Battle Hymns" que arrancaram vozes de todos os headbangers que ali estavam. Houve uma pausa em que o baixista Joey Demaio fez um discurso oferecendo melhoras para o vocalista e baixista Lemmy Kilmster do Motorhead e aos fãs brasileiros por serem fieis ao metal e ao Manowar. O publico ficou realmente satisfeito com essa grande apresentação.

Judas priest executou o mesmo show do dia anterior.

E eis que chegava o momento mais aguardado de todo o festival, pois era hora de ver o maior espetáculo da terra com a maior lenda do Rock ‘N’ Roll Mundial. Kiss subiu no palco com toda potência em muita pirofagia e pirotecnia com um clássico matador “Detroit Rock City” tirando todo mundo do chão. Era uma grande festa onde todos estavam se divertindo e ainda mais quando tocaram “Lick It Up”. Um momento de tirar o folego foi o solo de baixo de Gene Simmons que foi elevado até as alturas para tocar e cantar “God of Thunder”. Kiss é uma surpresa atrás da outra. Paul Stanley subiu na tirolesa e foi para outra plataforma que ficava no meio do público e mandou a magnifica “Love Gun” emendando “Black Diamond”. Grandes clássicos foram tocas para a alegria de todos como “Psycho Circus”, “War Machine”, “Deuce”, “Calling Dr. Love”, “Shout it Out Loud”, “I Was Made For Lovin’ You” e a mais esperada da noite, claro o maior clássico de todos os tempos da banda “Rock And Roll All Nite” encerrando essa grande noite do festival Monsters of Rock que ainda contou com uma queima de fogos de artifício.


Foram dois dias maravilhosos com as maiores lendas do Heavy Metal mundial, que venham mais edições do Monsters of Rock como essa.

Postado por Leo Wacken

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